Período seco das vacas leiteiras: descanso essencial para uma lactação produtiva
Os dois últimos meses de gestação são chaves para as vacas. É nele que 2/3 do feto será desenvolvido e que o animal recuperará suas reservas corporais para o parto e a nova lactação. É por isso que neste período o produtor precisa adotar práticas especiais, a fim de que as vacas passem pelo chamado "período seco".
Esse período seco, ou seja, sem produção de leite, será fundamental para promover o descanso do úbere, regenerar a formação de unidades secretoras de leite e preparar a vaca para a nova lactação. O sucesso nessa etapa também vai refletir diretamente na saúde da cria, no pós-parto e na produção de leite na lactação seguinte.
Neste artigo vamos te mostrar o que é o período seco e como ele é essencial para uma lactação mais produtiva. Acompanhe!
Por que o período seco é essencial?
O período seco das vacas consiste em uma fase de preparação do animal para a próxima lactação. O ideal é que 60 dias antes da data do parto ocorra a secagem do leite das vacas com o objetivo de regenerar as células da glândula mamária para o próximo ciclo produtivo.
Este momento será fundamental para obter uma boa produtividade da vaca na próxima lactação, principalmente no pico de produtividade ao redor de oito semanas. A figura abaixo mostra a relação entre dias de período seco e diferença de produção de lactação segundo (Santos 2003).
De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a vaca deve ser bem manejada durante todo o período de lactação, para que no momento de secagem apresente boas condições de saúde e boa condição nutricional. Segundo os pesquisadores, os animais com condição corporal inferior devem receber suplementação.
A falta de cuidados na secagem pode ocasionar queda na produção de leite na lactação seguinte, redução na vida reprodutiva da vaca, maior intervalo de partos, nascimento de bezerros fracos e aumento de problemas sanitários.
Manejo correto no período seco
Nutrição: Apesar de não produzir leite durante o período seco, as vacas apresentam demandas energéticas elevadas devido ao desenvolvimento fetal e a capacidade digestiva limitada. Por isso, é importante que o programa alimentar para as vacas secas seja separado das vacas em lactação, já que os animais possuem especificidades distintas.
Logo após a secagem, as vacas devem receber uma dieta de baixa energia, com bastante fibra. Os teores energéticos e proteicos devem aumentar 21 dias antes do parto. Já no pós-parto, a produção de leite aumenta rapidamente, por isso, é preciso elevar a quantidade de amido oferecido aos animais e avaliar o processamento desse alimento para garantir o consumo ideal de nutrientes.
Ambiente: As vacas secas devem ser conduzidas para um pasto de boa qualidade com disponibilidade de forragens. O ambiente deve ser propício para que o animal caminhe e se exercite, mas que não se movimente demais, principalmente, no terço final da gestão. O ambiente deve ter sombra, disponibilidade de forragem, alimento e água. A densidade animal e espaço de cocho adequado são itens indispensáveis no ambiente da maternidade.
Segundo os pesquisadores da Embrapa, os animais devem ser conduzidos para o piquete-maternidade, no mínimo 15 dias antes do parto previsto, onde irão receber alimentos semelhantes àqueles a serem fornecidos no início da lactação, para adaptação da flora ruminal. O animal na maternidade facilita uma possível intervenção no parto e cuidados com o recém-nascido.
Mastite: um desafio no período seco
Os pesquisadores alertam que o risco de novas infecções intramamárias aumenta nestes 60 dias de secagem, podendo haver maiores taxas de novas infecções no período seco do que durante a lactação. Essas novas infecções são um dos grandes motivos que influenciam a ocorrência de mastite clínica. Segundo (Ruegg, 2021) existe um risco de infecção nas primeiras semanas de secagem e no final da secagem. (Figura 2)
Desta forma, é recomendado que o produtor faça o controle da mastite também no período seco. As estratégias de controle devem ser baseadas na redução na exposição aos agentes patogênicos com ações direcionadas à melhoria do ambiente e também na redução de quartos mamários infectados no ato da secagem.
Os especialistas recomendam que ao final da lactação, as vacas sejam submetidas à terapia de vaca seca e monitoradas pelo menos nas duas semanas críticas após a secagem para tratar infecções já existentes e prevenir novas.
É muito importante que o produtor rural faça o planejamento do período seco e conte com ajuda de um médico-veterinário de confiança, que passará todas as informações para manter a saúde do animal.
Realizar o período seco de forma correta é fundamental para o sucesso do parto e pós-parto e vai garantir a saúde das vacas e dos bezerros.
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