Estresse térmico causa perda na produção e impacto na saúde de bovinos de corte e leite; saiba o que fazer
As altas temperaturas são uma característica do verão brasileiro, mas nos últimos tempos, seja pelo aquecimento global ou por fenômenos como as ondas de calor, as temperaturas por aqui estão ainda mais elevadas. Diante desse cenário, os produtores de vacas leiteiras ou bovinos de corte precisam redobrar a atenção para evitar a ocorrência do chamado estresse térmico, que traz impactos econômicos significativos para a produção animal relacionados a menor produtividade e maiores custos com manejo e saúde dos bovinos.
Neste artigo, vamos te explicar o que é estresse térmico, porque os bovinos podem ser afetados, o que ele causa na saúde e bem-estar dos animais e o que fazer para evitá-lo. Acompanhe!
O que é estresse térmico?
O estresse térmico ocorre quando o animal não consegue equilibrar a temperatura do corpo com a do ambiente, comprometendo sua saúde, bem-estar e desempenho produtivo. Esse desequilíbrio pode ser causado por condições ambientais como altas temperaturas, alta umidade do ar e radiação solar intensa.
A chamada "zona de conforto térmico" dos bovinos varia entre 5 °C e 20 °C, podendo mudar conforme a raça, a idade e o estágio fisiológico do animal. Quando a temperatura ambiente ultrapassa essa faixa, o organismo dos bovinos entra em alerta, e o desempenho zootécnico é prejudicado.
Estudos indicam que o estresse térmico pode reduzir em até 35% a produção de leite, além de comprometer a qualidade do produto — com menores níveis de gordura, proteína e sólidos totais. Nas fazendas de corte, o problema também afeta a eficiência alimentar, o ganho de peso, a qualidade da carne e a taxa de conversão. Além disso, há maior incidência de problemas reprodutivos, abortos e mortalidade de bezerros.
Por que os bovinos entram em estresse térmico?
Segundo os especialistas, os bovinos são animais homeotérmicos, ou seja, a temperatura corporal permanece estável devido a alguns mecanismos de termoregulação como vasodilatação periférica, aumentos nas taxas de sudação e troca de calor por meio da respiração. Estes mecanismos possuem o objetivo de manter o funcionamento do organismo, mesmo em ambientes muito quentes ou muito frios.
Em algumas situações, porém, os animais não conseguem dissipar o calor na mesma intensidade que o corpo está recebendo do ambiente. É aí que ocorre o estresse térmico.
Como identificar que os animais estão sofrendo estresse térmico?
É importante que o produtor fique atento a alguns sinais clínicos que indicam que os bovinos de corte ou leite estão sofrendo de estresse térmico, são eles:
· Ofegação excessiva;
· Salivação intensa;
· Maior ingestão de água;
· Redução no consumo de matéria seca;
· Inquietação;
· Menor produção de leite;
· Desempenho reprodutivo reduzido;
· Busca por sombras;
· Diminuição na interação social;
Sombra, água fresca e boas práticas de manejo
A prevenção do estresse térmico começa com o manejo adequado e o cuidado com o ambiente onde os bovinos vivem. Confira algumas recomendações essenciais:
• Água limpa e fresca: Garanta o acesso constante à água de boa qualidade, especialmente nos períodos mais quentes do dia.
• Ambientes ventilados e sombreados: Em sistemas a pasto, disponibilize áreas com sombra natural ou artificial. Em sistemas intensivos, invista em ventilação forçada e sistemas de aspersão ou nebulização de água para resfriamento.
• Alimentação balanceada: Ofereça dietas ricas em nutrientes e minerais, ajustando a dieta em períodos de calor intenso para evitar distúrbios metabólicos.
• Ajuste dos horários de manejo: Realize atividades como ordenha, alimentação ou movimentação dos animais nos períodos mais frescos do dia (início da manhã ou fim da tarde).
• Redução da densidade animal: Evite superlotação nos piquetes ou galpões, pois a alta densidade aumenta o estresse e dificulta a dissipação do calor.
No caso das vacas leiteiras, uma dica importante é fazer a ordenha em horários mais amenos. Caso a fazenda possua salas de resfriamento, o ideal é que os animais passem por elas nos momentos mais quentes, ajudando a reduzir o impacto térmico.
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