Aprenda a controlar os carrapatos em bovinos
Pequeno no tamanho, mas capaz de causar grandes perdas na produção. Assim são os carrapatos, parasitas que geram prejuízo estimado em mais de dois bilhões de dólares no Brasil, anualmente, de acordo com pesquisadores. Além de causarem desconforto ao rebanho leiteiro, os carrapatos transmitem doenças importantes, como a tristeza parasitária.
Segundo pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em dezembro começa o pico de crescimento dos carrapatos, por isso, os produtores rurais devem estar atentos para adotar protocolos estratégicos para o seu controle.
Neste artigo, vamos explicar mais sobre esses pequenos organismos e te ajudar a controlá-los. Acompanhe!
Prejuízos
Você não leu errado. Pesquisadores estimam que os carrapatos causem prejuízo de mais de dois bilhões de dólares no Brasil. Isso porque os animais infestados com esses parasitas começam a perder peso e diminuir a produção de leite, não atingindo o rendimento esperado. Em casos extremos, eles podem até mesmo morrer. Os animais de sangue europeu são os mais suscetíveis aos parasitas, por isso, é importante redobrar os esforços quando há a criação de vacas leiteiras.
De acordo com estudo de Honer e Gomes (1990), a carga parasitária de 100 carrapatos por animal por ano traz perda de produção de um litro de leite por dia e redução de 45 kg no seu peso.
Sinais clínicos
Os animais infestados com carrapatos apresentam os seguintes sinais clínicos:
- Anorexia
- Pelos arrepiados
- Anemia
- Diarreia
- Retardo de crescimento
Como eles infestam os rebanhos?
Normalmente, os animais adquirem o carrapato quando caminham por pastagem infestada. Segundo a Embrapa, as larvas, que são os "filhotes" dos carrapatos, sobem no animal e procuram um local adequado para se fixar. Este início da fase parasitária dura cerca de 22 dias. É neste período que as larvas se alimentam do sangue do animal se transformam em ninfas, que darão origem aos carrapatos adultos, que irão sugar o sangue e se acasalar.
Pesquisadores da Embrapa explicam que a fêmea fecundada se enche de sangue e abandona o hospedeiro, iniciando uma vida livre. No solo, essas fêmeas podem realizar a ovopostura de dois a três mil ovos, dos quais sairão larvas que ficarão na ponta da pastagem esperando um bovino passar para fechar o ciclo.
Como combater os carrapatos?
Para o controle desses parasitas, o produtor pode adotar diversas medidas como a rotação de cultura e pastagens, controle biológico do ambiente, quarentena dos novos animais adquiridos para a propriedade, tratamento terapêutico e controle estratégico e tático.
Os pesquisadores da Embrapa orientam que não adianta se desesperar e começar a aplicar diversos carrapaticidas, pois em cada propriedade há uma população diferente da espécie de carrapato, selecionada de acordo com os grupos químicos com os quais teve contato. Por isso, a dica é realizar um biocarrapaticidograma, onde é possível saber quais grupos químicos são mais eficientes contra os carrapatos da propriedade específica. Saiba como fazer um biocarrapaticidograma.
Aplicação do carrapaticida
Outro erro comum no momento do controle, segundo os especialistas, é a aplicação de quantidade insuficiente dos carrapaticidas, o que contribui para a disseminação da resistência aos produtos. O ideal é que seja preparada uma calda, com a quantidade adequada de água e produto, informações que constam na bula dos carrapaticidas. Uma dica é primeiramente encher a bomba com água e somente depois adicionar o inseticida para diluição, evitando que o princípio ativo do inseticida oxide com as bolhas provocadas pelo enchimento da bomba.
O profissional que estiver realizando a aplicação deve sempre utilizar equipamento de segurança individual e a bomba precisa ter jato com regulação de pressão adequada para que o produto atinja a pele do animal. Os pesquisadores da Embrapa orientam que o carrapaticida deve ser aplicado a favor do vento, o que garante a proteção do trabalhador, e no sentido contrário dos pelos. Não esqueça de fazer a aplicação também nas regiões dos úberes, face interna das orelhas e entre as pernas.
Ao final do banho, o animal precisa estar completamente molhado. O procedimento não deve ser realizado quando o sol estiver forte, para não intoxicar os animais, e nem em dias chuvosos, para evitar a perda do produto aplicado e, consequentemente, a seleção de carrapatos resistentes. No caso do tratamento "pour on", é preciso avaliar cuidadosamente o peso do animal e aplicar o produto nos locais recomendados pela bula do medicamento.
Após serem banhados, os animais devem retornar às pastagens contaminadas, de acordo a Embrapa, para que funcionem como aspiradores de larva. Outra orientação importante é isolar os animais recém-adquiridos na propriedade por 30 dias, após o tratamento com carrapaticida, e só então incorporá-los no rebanho.
Protocolo Bimeda para controle dos carrapatos em bovinos
A Bimeda, empresa global de saúde animal, possui um protocolo completo para o controle de carrapatos em bovinos. É possível utilizar produtos Bimeda durante o ano todo para evitar os prejuízos causados pelos parasitas, utilizando produtos adequados para o tratamento estratégico e tático.
Um dos produtos indicados é o Actyl Pour-on, que promove efeito carrapaticida de longa ação, podendo durar por até 46 dias. Possui ainda ação rápida, controlando os carrapatos em até 72 horas após sua aplicação. Outra vantagem é sua ampla margem de segurança, até cinco vezes a dose terapêutica, sendo mais seguro para os animais e para o aplicador. Além disso, é possível ter menor número de manejo com o produto, o que reduz o estresse dos animais e traz maiores ganhos.
Também é indicado o Texvet Max Pour On, produto específico para aplicação "pour-on", com baixo período de carência e alta eficiência. O produto Bimectin, que tem baixa toxicidade, também integra o protocolo Bimeda de tratamento.
Os técnicos da Bimeda estão presentes em todo o Brasil. Procure um deles na sua região para que possa ser montado e estabelecido um controle estratégico específico na sua propriedade.
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