Período seco das vacas requer mais cuidado com a ocorrência de infecções e mastite, saiba o que fazer

Referência [ADAPTADA] de: SANTOS, Marcos Veiga dos e FONSECA, Luis Fernando Laranja da. Controle da mastite e qualidade do leite: desafios e soluções. São Paulo:; FASES DO PERÍODO SECO E LACTAÇÃO DA VACA LEITEIRA, p.241, 2019. 

 Quando estão próximas ao parto, as vacas precisam passar pelo chamado "período seco", que consiste na interrupção da ordenha do animal para dar descanso e renovar as células que compõem as glândulas mamárias. O sucesso nesse período vai refletir diretamente na saúde da vaca, da cria no pós-parto e na produção de leite na lactação seguinte

No período seco, o produtor precisa estar atento ao risco de infecções intramamárias, que aumentam nesse intervalo e vão influenciar na ocorrência da mastite no início da lactação. Neste artigo vamos te dar dicas de manejo para garantir a saúde dos animais durante o período seco e prevenir a ocorrência de doenças. Acompanhe!

Período seco: o que é?

O período seco das vacas é uma fase de preparação do animal para a próxima lactação. O ideal é que 60 dias antes da data do parto ocorra a secagem do leite das vacas com o objetivo de regenerar as células da glândula mamária para o próximo ciclo produtivo.

Este momento será fundamental para obter uma boa produtividade da vaca na próxima lactação, principalmente no pico de produtividade ao redor de oito semanas de lactação. 

Etapas do período seco

O período seco ocorre de 60 a 21 dias antes do parto e é conhecida como a fase em que a vaca é esgotada e administrado bisnagas de vaca seca e selante. O animal depois desse processo levado ao piquete de maternidade, um ambiente que precisa ter sombra, fácil acesso à água e espaço de cocho suficiente para o bom manejo nutricional.

Nos 21 dias restantes de gestação, o animal reduz seu consumo de matéria seca por conta da diminuição do espaço ruminal causado pelo tamanho do bezerro.

É preciso se atentar sobre a dieta ofertada aos animais e aos manejos adotados para reduzir as chances de infecções intramamárias, como a mastite, que vão impactar na produção de leite, sua qualidade e o desempenho reprodutivo no pós-parto.

O período seco e início da lactação pode ser dividido em 4 períodos

• Secagem e involução
• Involução incompleta
• Colostrogênese
• Lactação

Secagem: cuidado com as infecções intramamárias

Após a terapia de secagem, as vacas precisam ser levadas a um ambiente seguro e confortável, com bastante sombra, disponibilidade de forragem, alimento, água e espaço para cocho adequado. Além disso, os animais necessitam ficar em um local acessível e que seja fácil do produtor visualizar algum problema.

Neste momento aumentam os riscos de novas infecções intramamárias, sendo possível, inclusive, que haja maior taxa de novas infecções. 

Cuidado com o ambiente!

De acordo com os especialistas, os principais fatores que favorecem a instalação de novas infecções nessa fase são o aumento da pressão interna do úbere, devido ao grande volume de leite acumulado; a maior facilidade para penetração de microrganismos por conta da dilatação do canal do teto; a interrupção das ordenhas; o direcionamento das células de defesa para outras funções e a interrupção das rotinas de desinfecção na ordenha.

É por isso que o produtor não pode descuidar! É importante que o cuidado para controle da mastite também ocorra nesses dias de secagem. Os pesquisadores explicam que as infecções de origem ambiental são as mais comuns nesse período, sendo o maior risco em ambientes de alta temperatura, umidade e acúmulo de matéria orgânica.

Para evitar esses problemas, é necessário que o produtor ofereça um ambiente adequado para os animais e monitore as vacas, principalmente, durante as duas primeiras semanas após a secagem. É recomendado ainda que se faça a chamada terapia de vaca seca, que consiste em tratar infecções existentes e adquiridas durante a lactação, além de prevenir novas infecções.

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