Blog

Pecuária também sofre com mudanças climáticas, confira os impactos

pecuaria-tambem-sofre-com-aquecimento-global-confira-os-impactos-capa

As mudanças climáticas são um desafio global, já que trazem impacto profundo nos ecossistemas, recursos naturais, economia e bem-estar humano. Na produção de alimentos, o aquecimento do planeta e o aparecimento de eventos climáticos cada vez mais extremos podem provocar alterações significativas nos ciclos climáticos e hidrológicos, intensificando perdas de biodiversidade e maior risco de vetores e de novos patógenos. Esses problemas devem afetar a produção de diversas culturas agrícolas e também a criação de animais, como os bovinos.

Na pecuária, cientistas estimam que as mudanças climáticas podem trazer impactos significativos na saúde e na reprodução dos animais, além de efeitos nas pastagens e recursos hídricos, resultando em aumento dos custos de produção.

Neste artigo vamos abordar como as mudanças climáticas afetam a produção de bovinos e como o produtor rural pode começar a se preparar para enfrentar esses desafios. Acompanhe! 

Mas antes... o que são as mudanças climáticas?

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), as mudanças climáticas são transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Essas mudanças podem ser naturais, mas desde 1800, as atividades humanas têm sido as principais responsáveis por elas, principalmente, por conta da queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás.

A queima desses combustíveis gera emissões de gases de efeito estufa que agem como um grande cobertor em torno do planeta, retendo o calor e aumentando as temperaturas. Essa situação traz diversos riscos para os seres humanos e todas as outras formas de vida na terra.

O estudo "Impactos das mudanças climáticas na agropecuária brasileira, riscos políticos, econômicos e sociais e os desafios para a segurança alimentar e humana" mostra que, embora no Brasil não se estime impacto devastador em seus sistemas produtivos na próxima década, é muito provável que começarão a ocorrer perdas produtivas e econômicas graduais a partir de 2050 na agropecuária, e haverá maiores dificuldades para garantir a segurança humana.

A pesquisa aponta que o país deve, imediatamente, atuar para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas com adoção de políticas econômicas, agrícolas, ambientais e de segurança alimentar.

Altas temperaturas e a saúde dos bovinos

O Brasil se destaca no mundo como um grande produtor de carne. O país tem um rebanho bovino de 234 milhões de cabeças e 80% dessa produção está concentrada na faixa intertropical, onde os efeitos das ondas de calor são mais intensos, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Pecuária Sudeste).

Neste cenário, mesmo o gado zebuíno, o Nelore, amplamente criado no país e adaptado a climas mais quentes, acaba sofrendo desconforto com temperaturas acima de 28ºC. Nessas condições, os animais param de se deslocar para comer para preservar energia e acabam ficando mais estressados, o que causa impacto na sua saúde. Segundo a Embrapa, os animais criados a pleno sol se deslocam mais para irem a bebedouros, gastando também mais energia.

Estudos desenvolvidos pela instituição científica mostram que a radiação solar intensa pode também afetar a fertilidade das fêmeas e que as vacas criadas em temperaturas mais altas produzem leite de qualidade inferior das que são criadas em temperaturas mais amenas.

De acordo com o estudo Environmental Research Letters, até o final deste século, mais de um bilhão de vacas do planeta podem sofrer de estresse térmico. Quase oito em cada dez vacas em todo o planeta já apresentam temperaturas corporais excessivamente altas, taxas de respiração aceleradas, cabeças abaixadas e respiração ofegante —sintomas associados ao estresse térmico severo.

Pastagens com menor qualidade

Pesquisas da USP (Universidade de São Paulo) sugerem que um dos efeitos da mudança no clima será a redução da qualidade da pastagem, que se tornará menos proteica, mais fibrosa e, portanto, de digestão mais demorada. Como consequência, o gado precisará consumir mais alimento para alcançar o peso de abate e passará a produzir mais metano, um potente gás causador do efeito estufa.

As pastagens são fundamentais para a pecuária nacional. Estima-se que o país tenha mais de 167 milhões de hectares de pastagens que servem para alimentar o gado e estão diretamente relacionadas ao rendimento dos rebanhos.

O que fazer para reduzir os efeitos das mudanças climáticas na pecuária?

Uma das alternativas apontadas pela Embrapa para reduzir os efeitos das altas temperaturas nos bovinos é a adoção de sistemas integrados de produção como o ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta).

O ILPF consiste na produção integrada de gado, culturas agrícolas e florestais, possibilitando que o produtor realize até três atividades econômicas no mesmo espaço e ao mesmo tempo, o que traz melhores lucros.

Além dos benefícios econômicos, o sistema possibilita o aumento da retenção de água pelo solo, de disponibilidade de matéria orgânica e a qualidade do capim, quando consorciado à silvicultura e à lavoura.

Para os animais, um dos grandes benefícios é a disponibilidade de sombra. As copas das árvores bloqueiam grande parte da radiação solar que incidiria diretamente no rebanho e ainda reduzem a temperatura ambiente em até cinco graus, proporcionando maior conforto térmico e redução dos níveis de estresse, de acordo com a Embrapa.

No caso das pastagens, um dos caminhos é o melhoramento genético das gramíneas utilizadas hoje na pecuária. Como esses estudos podem levar muitos anos, os produtores são orientados a verificar outras alternativas de plantas, como a palma forrageira e o capim-bufel, segundo a Embrapa. Outros pontos importantes são o manejo correto das plantas e do solo, além do uso de irrigação.

O cuidado adequado com as pastagens traz benefícios diretos para os animais – que terão alimentação de melhor qualidade nas principais épocas do ano – e também para o ambiente. Pastos bem-cuidados também podem funcionar como um absorvedor de dióxido de carbono, o CO2, principal gás causador do efeito estufa. Além disso, melhores cuidados com a alimentação dos bovinos reduzem a emissão de metano na atmosfera, o que também traz benefícios para o meio ambiente.

Viu só como o aquecimento global é algo que merece atenção de todos, principalmente, dos pecuaristas? A informação é muito importante para o planejamento e, consequentemente, a redução dos impactos econômicos!

Por isso, continue acompanhando o blog da Bimeda, fabricante, comerciante e distribuidora global de produtos farmacêuticos veterinários e de saúde animal. Aqui você sempre encontra informações atuais que vão te ajudar no dia a dia do seu negócio!

Para saber mais sobre a Bimeda, clique aqui.

×
Stay Informed

When you subscribe to the blog, we will send you an e-mail when there are new updates on the site so you wouldn't miss them.

Calor e umidade do verão são prato cheio para mast...
Era Digital é realidade na pecuária: conheça as pr...