Se o pecuarista quer ter sucesso na sua atividade e ganhar dinheiro, precisa encarar sua fazenda como uma empresa, traçando metas, fazendo planejamento e calculando todos os custos que envolvem a atividade. Só assim ele terá lucratividade em um setor tão competitivo e com margem cada vez mais apertada.
Inserir essas práticas de gestão na propriedade rural nem sempre é um caminho fácil, já que muitos pecuaristas conhecem profundamente a atividade que exercem e o processo para produção de gado de corte, porém, há pouco tempo eles vêm buscando mais conhecimento em administração e gestão empresarial.
Pensando nessa realidade, listamos 6 dicas para que os pecuaristas consigam dar uma guinada e gerenciar melhor suas propriedades. Acompanhe!
1. Coleta e análise de dados
Atualmente, existem diversas ferramentas para coleta dos dados da propriedade e da produção. Essas ferramentas são muito importantes para a gestão da fazenda, mas é importante não apenas coletar dados, mas sim parar para analisá-los, fazendo um diagnóstico do negócio.
Com essa análise será possível planejar e traçar metas para a propriedade, assim como ocorre em uma indústria ou qualquer outra empresa. Sabemos que o dia a dia do produtor é pesado, sendo necessário se preocupar com diversas variáveis, mas é importante parar um tempinho para essas análises, que envolvem a tomada de decisão sobre o confinamento do animal, a genética utilizada, a qualidade dos medicamentos, a tecnologia empregada e a nutrição.
2. Manejo adequado do pasto e dos animais
O manejo adequado dos pastos e dos animais é fundamental para o sucesso na pecuária. Segundo Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), o grande gargalo da pecuária nacional é que ao animal é oferecido uma forragem que não o permite comer aquele que precisa durante o dia.
"É preciso ter uma boa estrutura de pasto, ou seja, disponibilizar folha para o animal para que ele consiga colher muito em um só bocado. Com isso, ele atinge o ganho de peso adequado, reduzindo o custo de produção da arroba. Conseguir um pasto com essa estrutura depende de técnicas de manejo, da escolha de forrageiras adequadas para o tipo de solo da propriedade e no tempo correto de inserir e retirar o animal daquele ambiente", explica.
3. Planejamento visando o todo
Faça seu planejamento visualizando o todo da propriedade e pensando no calendário completo para fazer o manejo adequado dos animais e das pastagens. Leve em conta a necessidade da realização de análise para verificar a qualidade do solo e adubação planejada de herbicidas e fertilizantes. Maneje adequadamente e ajuste a taxa de lotação com a capacidade de suporte.
4. Arrume a casa antes de comprar mais animais
Outra dica importante é fazer uma análise realista da infraestrutura disponível na propriedade, para a partir daí pensar na expansão dos negócios. Não adianta aumentar o rebanho se não há pasto suficiente para expandi-lo.
Nesse caso, por exemplo, foque na capacidade de suporte da pastagem, com o controle das plantas daninhas e adubação. Forneça água de qualidade para os animais, proporcionando áreas de lazer para o rebanho, onde ficarão os reservatórios de água.
Com a casa arrumada, aí sim aumente o seu rebanho. Lembre-se que gado de ótima qualidade genética exige técnica de manejo e alimentação à altura. Se isso não for oferecido, o dinheiro é desperdiçado.
5. Demandas do consumidor final também devem ser consideradas
Não é novidade que os consumidores estão cada vez mais exigentes e preocupados com a forma de produção dos itens colocados em sua mesa. Essas demandas também precisam ser consideradas na forma de produção. O uso de mecanismos de rastreabilidade é um ponto importante e muitas fazendas já estão criando selos para rastrear seus produtos. Não fique para trás e se planeje para alcançar esse objetivo.
6. Fique atento às novidades tecnológicas
Incorporar novas tecnologias na fazenda de produção de gado de corte é imprescindível para o sucesso da pecuária, de acordo com o pesquisador da APTA. Para Siqueira, é inviável que os produtores de bovinos de corte continuem produzindo hoje do mesmo modo do que seus pais e avós.
"Na década de 70, um pecuarista conseguia uma receita de R$ 600 por hectare. Se ele tivesse uma fazenda de mil hectares, sua renda seria de R$ 50 mil por mês. Hoje, nessa mesma área, produzindo da mesma forma, o produtor consegue uma receita de R$ 100 por hectare. Se ele produzir nesses mesmos mil hectares, terá uma renda de R$ 8 mil por mês", exemplifica o pesquisador.
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